Nos seus bons velhos tempos acordava-se com a mula e tirar água para regar a horta bem cedo de manhã. O Sr. Alberto, mito das festas desse tempo, pacientemente cuidava dos seus feijões, couves, tomates e outras delícias que chegavam à mesa na forma de soupas intensas e inexplicavelmente boas. Lembro-me da minha mãe lhe dizer que queria plantar flores: -Ó menina, flores? Flores não se comem! No seu pragmatismo partia na sua mota como ainda faz hoje. O poço ficava então à minha mercê... Eu era a mula e o Sr. Alberto ao mesmo tempo. Trazia água para cima e divertia-me com o som dos alcatruzes a pingar uns para os outros. Até bastante tarde nunca percebi porque é que eles tinham todos um furo no centro. Não se perdia muita água mas já agora podia trazer-se mais um bocadinho de água para cima. Mas hoje sei que estava tudo pensado. Quando se parava a Nora se não fossem esses furos a água ia ficar ali no alcatruz até que mais alguém a viesse usar. Nessa altura provavelmente já estaria enquinada e portanto aquele furo transformava a Nora na escultura cinética mais agradável de se ouvir que eu conheço a garantia a qualidade da água. Um dia parti a bola de pedra que faz de contra-peso. Compraram uma nova e ao principio ficava feia aquela pedra nova com a velha. Hoje já não se distinguem uma da outra. Hoje o meu tempo também já passou. É preciso encontrar novas noções de tempo para voltarem a brincar com a Nora. Já nem há alcatruzes. Trabalium ancestral... digamos. Um abraço para os moradores temporários e de fim de semana da quinta de baixo. Esta foi uma semana dura de roer para mim no barblog do Rob. Estar longe há quase 4 anos não é pêra doce. É mesmo daquelas rijas, verdes demais que arrepanha a boca toda. Viajemos para já em pensamento para juntos destes trabalhos que eu explico em demasia.
Ah, Manel, Manel.. E pensar que houve um tempo, há muito tempo, em que tu dizias ter dificuldade em escrever... Espero que as nossas horas conjuntas tenham dado uma ajuda. Permite-me, mesmo assim, um reflexo condicionado de deformação profissional: atenção a um ou outro errozito de ortografia... Desculpa-me. Não retiram nem um bocadinho da força do teu texto... Um beijinho.
Amigos anónimos: Têm toda a razão. Quando se faz um comentário num blog, ele passa realmente a ser público. As vossas opiniões são totalmente aceitáveis: se estivesse no vosso lugar, provavelmente diria coisas parecidas. Mas o meu comentário era mesmo só para o Manel. Para exprimir uma cumplicidade e uma grande ternura.
Bolas devia ter usado o corrector ortográfico! :P Não deu tempo. Desculpem. Mas queria dizer que fiquei feliz por acharem que não estraguei a imagem. Eu sempre dei erros de ortografia a menos que faça um esforço extra. As minhas desculpas a quem isso arrepia e muito obrigado pelo apoio a quem não faz impressão. Da próxima fica tudo mais correcto... Abraços e muitas saudades para todos.
12 Comments:
Nos seus bons velhos tempos acordava-se com a mula e tirar água para regar a horta bem cedo de manhã. O Sr. Alberto, mito das festas desse tempo, pacientemente cuidava dos seus feijões, couves, tomates e outras delícias que chegavam à mesa na forma de soupas intensas e inexplicavelmente boas.
Lembro-me da minha mãe lhe dizer que queria plantar flores:
-Ó menina, flores? Flores não se comem!
No seu pragmatismo partia na sua mota como ainda faz hoje.
O poço ficava então à minha mercê... Eu era a mula e o Sr. Alberto ao mesmo tempo. Trazia água para cima e divertia-me com o som dos alcatruzes a pingar uns para os outros. Até bastante tarde nunca percebi porque é que eles tinham todos um furo no centro. Não se perdia muita água mas já agora podia trazer-se mais um bocadinho de água para cima. Mas hoje sei que estava tudo pensado. Quando se parava a Nora se não fossem esses furos a água ia ficar ali no alcatruz até que mais alguém a viesse usar. Nessa altura provavelmente já estaria enquinada e portanto aquele furo transformava a Nora na escultura cinética mais agradável de se ouvir que eu conheço a garantia a qualidade da água. Um dia parti a bola de pedra que faz de contra-peso. Compraram uma nova e ao principio ficava feia aquela pedra nova com a velha. Hoje já não se distinguem uma da outra. Hoje o meu tempo também já passou. É preciso encontrar novas noções de tempo para voltarem a brincar com a Nora. Já nem há alcatruzes.
Trabalium ancestral... digamos.
Um abraço para os moradores temporários e de fim de semana da quinta de baixo.
Esta foi uma semana dura de roer para mim no barblog do Rob. Estar longe há quase 4 anos não é pêra doce. É mesmo daquelas rijas, verdes demais que arrepanha a boca toda. Viajemos para já em pensamento para juntos destes trabalhos que eu explico em demasia.
ahhhh... que frase tão bem escolhida. Não podia ser mais verdadeira, apesar da "minha" não ser a dele, nem a sua.
Xiiiiiiiiiiiii Manel !!!!
a fotografia é boa e transporta-nos... mas o manel conduz-nos numa autêntica viagem !
ca pra mim tem é uma mensagem subliminar qq no titulo hehe
ca pra mim tem é uma mensagem subliminar qq no titulo hehe
Ah, Manel, Manel.. E pensar que houve um tempo, há muito tempo, em que tu dizias ter dificuldade em escrever... Espero que as nossas horas conjuntas tenham dado uma ajuda.
Permite-me, mesmo assim, um reflexo condicionado de deformação profissional: atenção a um ou outro errozito de ortografia...
Desculpa-me. Não retiram nem um bocadinho da força do teu texto...
Um beijinho.
Este último comentário é de palerma!
Amigo Bijagós:
Há escritores e revisores. Em qual dos grupos se inclui?
Amigos anónimos: Têm toda a razão. Quando se faz um comentário num blog, ele passa realmente a ser público. As vossas opiniões são totalmente aceitáveis: se estivesse no vosso lugar, provavelmente diria coisas parecidas. Mas o meu comentário era mesmo só para o Manel. Para exprimir uma cumplicidade e uma grande ternura.
Bolas devia ter usado o corrector ortográfico! :P
Não deu tempo. Desculpem. Mas queria dizer que fiquei feliz por acharem que não estraguei a imagem. Eu sempre dei erros de ortografia a menos que faça um esforço extra. As minhas desculpas a quem isso arrepia e muito obrigado pelo apoio a quem não faz impressão. Da próxima fica tudo mais correcto... Abraços e muitas saudades para todos.
As minha sopas de letras inquinadas são contrapesos do princípio activo.
;)
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